Como usar salto alto sem prejudicar sua saúde
Atenção, mulheres: viver nas alturas pode ser arriscado. Mas, seguindo esse guia você vai continuar vendo tudo de cima sem prejudicar sua saúde
Amamos salto. O problema é que passar muito tempo no andar
de cima pode deformar o pé, atrofiar a musculatura das panturrilhas e causar
dores de coluna. Segundo os especialistas, saltos de apenas 3 centímetros causam praticamente os
mesmos danos que uma torre de 10. "Com qualquer um dos dois, os passos se
tornam mais curtos e lentos", diz Cibele Réssio, ortopedista com
especialização em pés e tornozelos pela Universidade Federal de São Paulo. O
resultado é um sofrimento. A planta do pé dói e ganha calosidades, os dedos
tomam a forma de garras. Sem falar do joanete, que é 50% obra dos saltos.
"Com esse tipo de calçado, a pressão de sustentação do seu corpo, que
geralmente se distribui por toda a sola, se concentra no dedão e no vizinho.
Essa sobrecarga causa lesões", explica ela.
É comum também observar lordoses e o encurtamento da
musculatura posterior das pernas. O teste para ver se esse mal já pegou você é
descer à terra firme. "Se descalça sentir estiramento nas coxas,
panturrilhas ou costas, é porque pode estar sofrendo de atrofia", alerta.
Virar o pé também se torna mais freqüente, o que pode acabar causando
rompimento de ligamentos.
Antes que você compre um novo par, veja o risco que
cada tipo de salto oferece à saúde:
Agulhas matadoras
Parece um complô do Universo: segundo os médicos, quanto mais
alto e fino o salto, maior o tombo. Ou seja, quanto mais bonita a sua sandália de
tiras, mais perigosa para a saúde. "Esse tipo de calçado prejudica o
equilíbrio, aumentando as torções no tornozelo", explica Ari Zekcer,
especialista em ortopedia e traumatologia. A boa notícia é que os agulhas com
meia plataforma na frente, diminuem os problemas. "Tudo porque a
inclinação do calcanhar fica menor", esclarece a dra. Cibele.
Quadrado quase perfeito
Já os saltos retangular e quadrado apresentam risco intermediário.
Por possuírem maior superfície de contato com o chão, aumentam a estabilidade.
Outra opção é o tipo cone. Ele ajuda no equilíbrio, já que a haste sai do
centro do calcanhar e não da parte traseira do sapato. Se tiver meia plataforma
na frente, melhor ainda.
Plataforma do sucesso
"O salto ideal deixa o pé quase paralelo ao chão",
diz a dra. Cibele. "Por isso, apesar de a caminhada se alterar assim que o
pé sai do nível do solo, o trio plataforma, anabela e anabela com plataforma é
o que gera menores danos. Os três distribuem melhor o peso do corpo pelo
pé", conta. Em tempo: o mesmo vale para as rasteirinhas, totalmente
liberadas e aclamadas pela moda atual.
Manual para as amantes de saltos
Sobe e desce
A boa pedida, no dia a dia, é alternar os tipos e o tamanho
das torres do poder e da beleza. Se já sabe que vai querer vestir uma sandália
altíssima à noite, melhor ir trabalhar de plataforma, anabela ou mesmo com uma
delicada flat. Passou o expediente nas alturas? Calce o chinelo assim que chegar
em casa. "Descansar o pé é essencial. E isso significa vestir um calçado
que o deixe até 3 centímetros do solo ou até ficar descalça, o que é ainda
melhor", aconselha a ortopedista.
Na hora da compra
Mulher esperta deixa para ir à loja no fim da tarde ou à
noite, quando os pés já estão inchados pelo maior fluxo de sangue e distensão
normal dos ligamentos. "O ligeiro aumento de tamanho é suficiente para
incomodar se o calçado estiver justo", diz a dra. Cibele. E, então,
experimente sempre o par completo. "A maioria das pessoas tem um pé maior
ou mais largo que o outro, mas não necessariamente o esquerdo ou o direito.
Isso pode variar", explica.
Espaço extra
Ao escolher o sapato, vale reservar 1 centímetro entre a
ponta e o dedão para permitir o movimento do pé durante a caminhada. Não
acredite nessa história de que ele vai lassear. "O que acontece é que o
calçado se deforma e, além de incomodar, vai gerar calos e até unhas
encravadas", fala ela.
Fino, redondo ou aberto?
Já foi o tempo em que sapato de bico fino fazia os dedos
ficarem amontoados. Hoje, os estilistas desenham modelos
confortáveis. O pé termina antes de o calçado afunilar, diz a médica. Os redondos,
também na moda, estão liberados, assim como os abertos na frente. O importante é que o pé esteja confortável e os dedos tenham espaço
para se mexer livremente.
Amarradona
As tiras ou pulseiras que prendem os sapatos no tornozelo,
além de serem um charme, evitam que o movimento natural da caminhada mude. E
são ótimas para evitar uma torção, já que o pé fica bem preso. Justas demais,
no entanto, podem dificultar a circulação. Por isso, maneire no aperto!
Estica e puxa
Finalmente, não dá para abrir mão de alongar a região da
panturrilha, das coxas e das costas. Aqui vão três exercícios fáceis para
evitar o encurtamento dos músculos:
De frente para a parede, apóie as duas mãos nela. Flexione a
perna direita à frente e estique a esquerda, mantendo os calcanhares no chão e
a ponta dos pés na direção da parede. Mantenha a coluna reta.
Sentada num colchonete, afaste as pernas e mantenha os pés
apontados para cima. Leve as mãos à ponta dos pés e desça o tronco à frente do
corpo. Mantenha os olhos voltados para o chão. Não force muito a abertura das
pernas.
De lado, coloque o pé direito sobre uma mesa que tenha a
altura dos seus quadris, mantendo o esquerdo apoiado no chão, de modo que fique
levemente voltado para fora. Tente levar sua mão direita até a pontinha do pé
que está sobre o móvel. O braço esquerdo deve estar arqueado por cima da
cabeça, na mesma direção do outro. Atenção: não deixe o tronco cair para a
frente.
Reportagem: Karina Hollo e Nanna Pretto
Edição: MdeMulher
Conteúdo do site NOVA
Fonte: M de Mulher
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