quinta-feira, 23 de maio de 2013

VIDA A DOIS - OS DEVERES DOS CÔNJUGES (PARTE 2)


Os Deveres dos Cônjuges - Parte 2





FOCANDO NO INTERESSE DOS OUTROS

A Palavra de Deus nos ensina – como já vimos nas afirmações anteriores do apóstolo Paulo – a buscar os interesses dos outros, não os nossos próprios:

“Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”. (Filipenses 2.4)

A palavra traduzida do original grego para “ter em vista” é “skopeo” e significa: 1) olhar, observar, contemplar; 2) marcar; 3) fixar os olhos em alguém, dirigir a atenção para alguém. Fala do nosso foco, de onde colocamos a nossa atenção. A Nova Tradução da Linguagem de Hoje traduziu esSe texto assim: “Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros” (NTLH).

Foi depois de falar que devemos focar os interesses dos outros que Paulo destacou o exemplo dado por Jesus (lembre-se que devemos amar aos outros como Cristo também nos amou):

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.5-8)

Precisamos aprender a servir nosso cônjuge! É uma clara ordenança bíblica e, como toda ordem divina, é para o nosso próprio bem. Gary Chapman, um extraordinário estudioso e observador do comportamento conjugal, afirmou (via twitter): “Se me pedissem para dar uma chave que abre um casamento feliz esta seria a atitude de serviço mútuo. Praticar o serviço.”

A mentalidade correta de cada cônjuge deveria ser a de servir, e não a de ser servido. Infelizmente a forma errada de pensar tem afetado todos os níveis de relacionamento. Jesus ensinou aos seus discípulos a importância de ser servo em vez de, como dita o comportamento egoísta, querer colocar-se no centro:

“Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.42-45)

O padrão divino para os relacionamentos está claramente revelado na Bíblia: eu não exijo (dos outros) aquilo que desejo (para mim mesmo). Eu primeiramente ofereço (aos outros) aquilo que desejo e, então, como consequência, eu mesmo recebo de volta o que dei! Foi o que o Senhor Jesus ensinou-nos a fazer:

“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.” (Mateus 7.12)

O egoísmo, que tenta centralizar o relação somente em torno dos nossos próprios interesses, tem sido um fator de grande dano não apenas para o casamento como também para toda e qualquer forma de relacionamento. E meus deveres, de acordo com Jesus – e até para o perverso (Mt 5.39-41), incluem: dar a outra face; entregar a capa junto com a túnica e andar a segunda milha.

Compreendendo tudo isto, devemos viver os relacionamentos não apenas removendo a mentalidade parasita (de só querer receber), mas indo muito além e adotando a mentalidade divina (de que dar é mais importante). Como declarou Paulo aos presbíteros de Éfeso:

“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20.35)

E o lucro de cultivar este tipo de atitude não é só fazer ao cônjuge feliz (o que já deveria ser suficiente para nos motivar a isto), como também envolve a lei espiritual de semeadura e ceifa – uma vez que tudo que faço aos outros volta para mim:

"O casamento envolve suportar fraquezas um do outro. 
Não se trata apenas do que cada um vai usufruir de bom, 
mas das boas coisas que vai oferecer ao seu cônjuge!"

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.” (Mateus 7.1,2)

Se este princípio, de buscar – altruisticamente – o interesse dos outros, e não – egoisticamente – o nosso próprio, já deveria estar presente em qualquer relacionamento de um cristão, o que não dizer do seu relacionamento mais importante – que é o conjugal? Isto me faz recordar uma frase de Walter J. Chantry que li certa vez: “Como terminariam logo as sessões de aconselhamento matrimonial se maridos e esposas competissem seriamente em negar-se a si mesmos!”

Por que tantos casamentos se desfazem hoje? Porque quem só quer receber, vivendo da mentalidade parasita, na hora difícil (quando o cônjuge talvez nada tenha a oferecer) acaba “abandonando o barco”. Por outro lado, quem procura a felicidade de seu marido ou esposa, alcança sua própria felicidade! O apóstolo Paulo declarou aos efésios que “quem ama a esposa a si mesmo se ama”. Logo, é justo declarar que quem alegra seu cônjuge, a si mesmo se alegra:

“Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja.” (Efésios 5.28,29)

Quando falamos de amor, alguns tem apenas aquela ideia vaga de um sentimento romântico, mas o amor é mais do que isto! O amor não depende do “clima” que há entre o casal. A mentalidade de amor é o oposto da mentalidade parasita: dá mesmo quando não recebe, pois “não procura seus interesses”. O que Deus ensina sobre o amor é muito mais intenso e profundo do que normalmente dimensionamos. Vamos refletir um pouco sobre a definição bíblica do amor:

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.” (1 Coríntios 13.4-8 – NVI)

A maioria dos casais (mesmo os cristãos) não entendem o nível de amor em que deveriam caminhar. Já ouvi muitos dizerem – justificando o motivo da separação que estavam buscando – que “o amor acabou”. Mas se acabou é porque não era amor. As Escrituras declaram que “o amor nunca perece”, ou seja, nunca acaba! Talvez os sentimentos se deterioraram, talvez a paixão tenha acabado, mas se um casal andar no amor do Senhor, este amor nunca irá acabar!

Na Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo também ensinou que, os que alcançaram a maturidade espiritual, não devem viver apenas em função de si mesmos:

“Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação”. (Romanos 15.1,2)

O casamento envolve suportar fraquezas um do outro. Não se trata apenas do que cada um vai usufruir de bom, mas das boas coisas que vai oferecer ao seu cônjuge!

Portanto, antes de detalhar os papéis, as responsabilidades do marido e da esposa no matrimônio, entendemos ser importantíssimo estabelecer o maior dever de cada cônjuge: viver para amar, agradar, servir e promover a felicidade do outro. Precisamos olhar para os deveres do matrimônio sob este prisma. Procure focar a sua parte e ore (e até peça gentilmente) para que seu cônjuge faça o mesmo.


Para poder entender a visão geral dos deveres dos cônjuges, estaremos divulgando os seguintes posts nas próxima semanas:

. Os Deveres dos Maridos

Os Deveres das Mulheres

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