As implicações práticas de ser um cristão - parte 1
Referência: 1 João 1:5-2:1-2
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INTRODUÇÃO
Lloyd John Ogilvie narra sua experiência de estar no cais do
porto de Los Ângeles. Os guindastes gigantescos levantavam os caixotes de
mercadoria do navio e abaixavam-nos no cais. Nas caixas estava escrito em
letras grandes: "Se este lado estiver para cima, a caixa está de cabeça
para baixo." Se este lado estiver para cima, esta vida está de cabeça para
baixo. Como você pode saber que a sua vida está com o lado certo para cima?
Como você pode saber que está realizando o propósito para o qual Deus o criou?
Deus criou você para a intimidade com Deus. Deus criou você
para ser sincero com ele. Deus criou você para ter comunhão com os outros
irmãos. Deus criou você para que você imite a Jesus.
Esses propósitos podem ser adulterados pelo pecado.
Diante das heresias do Gnosticismo que se infiltravam na
igreja, o apóstolo João precisa definir com clareza quem é Deus e quais são as
implicações práticas de ser um cristão.
1. Deus é luz e não há nele treva nenhuma
O caráter de uma pessoa é determinado pelo caráter do Deus a
quem ela adora. Por isso João começa descrevendo a natureza de Deus.
a) É da natureza de Deus revelar-se, como a propriedade da
luz é brilhar.
b) Deus é luz também no sentido de possuir perfeição moral
absoluta: A pureza e a santidade de Deus.
c) Deus é luz no sentido de que nada pode ficar oculto aos
seus olhos.
d) Deus é luz no sentido de ser justo (Ef 5:8-14; Rm 13:11-14;
1 Ts 5:4-8).
e) Deus como luz guia no caminho reto. O efeito da luz não é
apenas fazer ver aos homens, mas capacitá-los a andar. Conduta reta, não apenas
visão clara é o benefício que a luz proporciona.
2. As heresias que invadiram a igreja e suas implicações
práticas
A simetria dos sete versículos é evidente: Primeiro, ele
introduz o ensino falso com as palavras, se dissermos. Segundo, ele o contradiz
com um equívoco, mentimos, ou expressão parecida. Finalmente, faz uma afirmação
positiva e verdadeira correspondente ao erro que refutou, se porém nós., embora
no último dos três versos o término seja diferente(1:7; 1:9; 2:1).
2.1. A primeira heresia é a afirmação de que temos comunhão
com Deus, embora ao mesmo tempo "andamos" nas trevas - 1:6-7
Andar na luz é andar com sinceridade, ou seja, não esconder
nada.
RESULTADOS: 1) Mantemos comunhão uns com os outros; 2) O
sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado - Deus faz mais que perdoar, ele
apaga a mancha do pecado.
2.2. A segunda heresia é a afirmação de que não temos pecado
- 1:8-9
A primeira heresia era de que o pecado não nos afasta da
comunhão com Deus.
A segunda heresia é pior, porque ela nega a própria
existência do pecado.
A atitude correta não é negar o pecado, mas admiti-lo e
confessá-lo.
O RESULTADO: Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos
purificar.
2.3. A terceira heresia é a negação de que o crente seja
susceptível ao pecado - 1:10-2:1
Dizer que não cometemos pecado não apenas é uma deliberada
mentira (v.6), ou ser iludido (v. 8), mas realmente é acusar a Deus de mentir
(v.10).
O propósito de João é impedir o pecado e não desculpá-lo
(2:1).
João faz isso 1) Negativamente - "para que não
pequeis" e 2) Positivamente - "Se, todavia, alguém pecar."
A provisão de Deus é: 1) Jesus como nosso Advogado; 2) Jesus
como nossa Propiciação.
A provisão do Pai para o crente que peca está em Seu Filho, que possui
tríplice qualificação: 1) Seu caráter justo; 2) Sua morte propiciatória; 3) Sua
advocacia celestial (Vida - Morte - Ascensão).
Quais são as implicações de ser um cristão? Existe um
contraste nesse texto entre O FALAR E O FAZER. Esse texto nos ensina a como
lidar com a questão do pecado:
I. NÓS PODEMOS TENTAR ENCOBRIR OS NOSSOS PECADOS - V.
5-6,8,10
1. Como um crente pode tentar encobrir os seus pecados?
Falando Mentira!
a) Falando mentira para os outros - 1:6 - Nós desejamos que
os nossos irmãos pensem que nós somos espirituais; então, mentimos sobre as
nossas vidas e tentamos em dar uma boa impressão para impressioná-los. Nós desejamos
que eles pensem que estamos andando na luz, embora, na realidade, estejamos
andando nas trevas.
b) Mentindo para nós mesmos - 1:8 - O problema agora não é
enganar os outros, mas enganar-nos a nós mesmos. É possível para um crente
viver em pecado e convencer-se a si mesmo que está tudo bem com ele. Exemplo:
Davi - escondeu o seu pecado.
c) Tentar mentir para Deus - 1:10 - O pecado pode nos fazer
mentir para os outros, mentir para nós mesmos e mentir para Deus, além de
tentar fazer Deus mentiroso. Como? Nós contradizemos sua Palavra. Nós aplicamos
a sua Palavra para os outros, mas não para nós mesmos. Nós nos assentamos na
igreja e ouvimos a Palavra, mas nós somos tocados por ela.
d) Um crente pode mentir sobre sua comunhão (1:6), sobre sua
natureza (1:8) e sobre suas ações (1:10).
2. O que um crente que tenta encobrir os seus pecados perde?
a) Ele perde a Palavra de Deus - Ele deixa de praticar a
Palavra (1:6), logo, a verdade deixa de estar nele (1:8) e finalmente, ele
torna a verdade em mentira (1:10).
b) Ele perde a comunhão com Deus e com o seu povo - 1:6-7 -
Como resultado, a oração se torna um rito vazio para ele. O culto uma rotina
enfadonha. Ele se torna um crítico dos outros crentes e logo abandona a igreja
(2 Co 6:14).
c) Ele perde o seu caráter - 2:4 - O processo começa em
falar uma mentira e termina com a pessoa se tornando um mentiroso. Davi tentou
encobrir o seu pecado às custas da sua comunhão com Deus, da sua saúde, da sua
família, da sua alegria e mesmo do seu reino. Se nós queremos desfrutar da
verdadeira vida, nós jamais poderemos encobrir os nossos pecados.
Autor: Hernandes Dias Lopes